quarta-feira, 11 de julho de 2012

O LAGO DE FOGO - Uma Análise Bíblica da Doutrina sobre a MALDIÇÃO ETERNA! (Parte I)

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O LAGO DO FOGO


“Nada há encoberto que não venha a ser revelado; e oculto que não venha a ser conhecido. Porque tudo o que dissestes às escuras, será ouvido em plena luz; e o que dissestes aos ouvidos no interior da casa, será proclamado dos eirados.

Digo-vos, pois, amigos meus: Não temais os que matam o corpo e, depois disso, nada mais podem fazer. Eu, porém, vos mostrarei a quem deveis temer: Temei aquele que depois de matar, tem poder para lançar no inferno. Sim, digo-vos, a esse deveis temer” (Lucas 12. 2-5).


Essas palavras, que o Senhor Jesus disse, e através das quais mostrou aos seus ouvintes o perigo da maldição eterna no inferno, pertencem às mais solenes, sérias e comoventes palavras. Por terem sido ditas pelos lábios do Salvador, que é um Redentor dos homens, cheio de amor e misericórdia, elas atingem nossos ouvidos com clareza ainda maior.


UMA MENSAGEM DURA

A seguir vamos falar sobre o tema “O inferno bíblico”, ou responder à pergunta: “O que a Bíblia entende por “inferno”?” Enquanto reflito e raciocino, meu coração está ocupado com dois pensamentos importantes. Refletindo sobre o futuro dos filhos de Deus, o coração se aquece; pois eles passarão a longa Eternidade no céu, e com grande alegria esperamos pelas maravilhosas revelações prometidas na Escritura, que se destinam às pessoas que estão salvas pela fé em Jesus Cristo.


Mas se observarmos as outras revelações na Escritura, que falam sobre onde ficam os perdidos e malditos, e se lemos o que a Bíblia tem a dizer sobre o inferno, então o coração estremece de medo e espanto. Com que grande seriedade a Palavra de Deus fala do lugar que chama “inferno”. A esse lugar de terror, a Escritura também dá o nome de “lago do fogo”, o “lugar de destruição” para os perdidos ou “a negridão das trevas”.


Devo confessar que somente após dura luta interior decidi-me a escrever sobre esse tema. Eu desejo que pudesse crer que não existe inferno para os maus. Eu desejaria que nunca fosse preciso pregar sobre esse tema. Quanto mais eu preferiria falar somente do amor de Deus! Como eu ficaria feliz se nunca fosse preciso falar da ira de Deus, que repousa sobre o pecador! Devo dizer que tentei e esforcei-me sinceramente para nunca ter que falar sobre esse fato.


O PREGADOR NÃO TEM ESCOLHA

Mas o pregador do Evangelho não tem escolha nessas coisas. Ele tem que anunciar o conselho completo de Deus, e mostrar aos homens tudo que a Palavra de Deus contém. A séria advertência que o profeta Ezequiel expressa, ressoava sempre de novo em meus ouvidos, até que finalmente segui em obediência:


“Filho do homem: eu te dei por atalaia sobre a casa de Israel; da minha boca ouvirás a palavra, e os avisarás da minha parte. Quando eu disser ao perverso: Certamente morrerás; e tu não o avisares, e nada disseres para o advertir do seu caminho, para lhe salvar a vida, esse perverso morrerá na sua iniqüidade, mas o seu sangue da tua mão o requererei” (Ez. 3.17-18).


Isso me bastou. Prometi ao Senhor naquele momento, que com seu auxílio eu aplicaria todas as minhas forças para advertir meu próximo e manter minhas mãos limpas e imaculadas. Como motivo para escrever sobre a realidade do inferno, eu gostaria de citar as seguintes quatro coisas:


1) Trata-se de uma clara revelação da Escritura.


2) Deus nos ordenou que advertíssimos os homens a respeito.


3) Porque dos púlpitos modernos quase nunca se fala desse fato, é uma imperiosa necessidade moral em uma estrutura moral universal.



Vemos primeiro que a Escritura fala com diferentes denominações de um lugar onde os maus, os impenitentes, e aqueles que rejeitam e desprezam Cristo, terão que passar a Eternidade. Esse lugar é chamado: o lago do fogo, a segunda morte, o lugar da negridão das trevas, o lugar preparado para o diabo e seus anjos – e muitos outros nomes equivalentes.


Todos, porém, são resumidos na palavra inferno. A própria palavra aparece 30 vezes na Bíblia, nós a encontramos 10 vezes no Antigo Testamento e 20 vezes no Novo Testamento. Entretanto, temos que dizer que a palavra “inferno” na Bíblia é uma tradução de no mínimo três diferentes palavras. Sempre que a palavra aparece no antigo Testamento, trata-se sem exceção de “sheol” e não se refere ao inferno, mas descreve o lugar onde os mortos permanecem temporariamente até à ressurreição de Jesus Cristo. No Novo Testamento a palavra “inferno” aparece 20 vezes, mas no mínimo 7 vezes trata-se da tradução da palavra “hades”. A palavra “hades” vem do grego e tem o mesmo significado que o hebraico “sheol”, e ambas as palavras indicam o lugar onde encontram-se os mortos não salvos.


Nessas passagens bíblicas do Novo Testamento em que aparece a palavra “inferno”, não se fala, portanto, do local de eterna maldição dos perdidos, não se fala do lago do fogo, mas do “sheol-hades” temporário, onde os perdidos são guardados até ao dia do juízo, no qual também o “sheol-hades” será lançado no lago do fogo: “então a morte e o inferno foram lançados para dentro do lado do fogo. Esta é a segunda morte”(Ap. 20.14).


As almas das pessoas que rejeitaram à Jesus estão agora no “hades”. No final do reinado de Jesus, por ocasião da segunda ressurreição, também eles ressuscitarão e após o juízo serão lançados no lago do fogo, e isso com corpo e alma. Por isso é importante que distingamos o lugar intermediário “sheol-hades”, onde encontram-se agora os perdidos, e o “inferno”, o lugar da maldição eterna.


Como estamos falando desse fato, temos também que analisar ainda outra palavra, que aparece somente uma vez na Bíblia e também foi traduzida por “inferno”. Ela encontra-se em 2 Pedro 2.4: “Ora, se Deus não poupou a anjos quando pecaram, antes, precipitando-os no inferno, os entregou a abismos de trevas, reservando-os para juízo”.


JESUS USOU A PALAVRA ONZE VEZES


Em doze diferentes passagens do Novo Testamento é usada a palavra “inferno”, traduzida corretamente do texto original e onde significa o lugar da maldição eterna. É admirável que essa séria palavra foi dita onze vezes pelos lábios de Jesus, que era a própria mansidão, e somente uma vez por um outro, ou seja, por Tiago em Tiago 3.6.


Acentuo especialmente o fato que a palavra “geena-inferno” saiu onze vezes dos lábios do Salvador, que era tão amoroso, misericordioso e manso, e que veio para salvar os homens da maldição eterna. Foi uma das maiores preocupações do Senhor Jesus, salvar-nos desta maldição eterna.


Três vezes o Senhor citou a palavra em seu Sermão do Monte. Também aqui temos que mostrar o fato com toda a seriedade, porque a teologia moderna nega a existência do inferno. Sempre de novo é dito que Deus é amor, que é tão amigo, misericordioso, tão paciente, que nunca pensaria em lançar suas criaturas para dentro de tal lago do fogo.


Quantas vezes nos é dito que não deveríamos pregar sobre juízo, pecado, maldição e destruição eterna; pois essa seria uma doutrina medieval e pagã, uma sobra dos negros tempos do politeísmo pagão. É dito a nós que é melhor pregar sobre as bem-aventuranças, sobre o “áureo caminho do meio” e também sobre o Sermão do Monte. Com essas palavras, somos freqüentemente exortados.


Sim, de fato, deveríamos falar mais sobre o Sermão do Monte; mas então precisamos também pregar sobre a realidade do inferno, pois a primeira vez em que essa palavra aparece no Novo Testamento ela foi dita pelo próprio Salvador sobre o monte (Mt 5: 22, 29,30).



O INFERNO É UM FATO

O inferno é uma realidade terrível. Podemos rebelar-nos contra ela, podemos tentar nega-la – o fato permanece. Eu também gostaria de poder crer que não houvesse um lugar de maldição eterna, mas se eu cresse nisso, teria que jogar fora minha Bíblia, teria que fazer de Jesus um enganador, poderia violar qualquer lei, qualquer mandamento moral, teria que abandonar minha fé em um Deus Santo e Justo. Se não existe um julgamento eterno do qual preciso ser salvo, então também foi desnecessária a vinda do Salvador, sua morte teria sido um julgamento errado da parte de Deus, e a Bíblia se tornaria um livro de lendas obscuras e apavorantes, cheia de pessimismo, o que com certeza não é.


Se não há um inferno, então todo pregador do Evangelho que adverte os pecadores sobre a ira vindoura de Deus é um miserável, abjeto agoureiro, que deveria ser levado a silenciar imediatamente e para sempre.


Mas se Deus e a Bíblia continuam com razão, e a existência do inferno é mesmo um fato inegável, então por outro lado, também todos os pregadores que não levantam sua voz para advertir os homens sobre a futura ira de Deus, não são nada mais que miseráveis, infiéis traidores do seu próximo e obreiros desobedientes a Deus e à Sua Palavra.


Mas se tu pensas que essas palavras são muito drásticas, então deixa-me lembrar-te mais uma vez as palavras que estão no princípio deste capítulo: “Digo-vos, pois, amigos meus: Não temais os que matam o corpo e, depois, disso, nada mais podem fazer. Eu, porém, vos mostrarei a quem deveis temer: Temei aquele que depois de matar, tem poder para lançar no inferno. Sim digo-vos, a esse deveis temer” (Lucas 12:4-5).

Ou escuta o que Jesus diz em outro lugar: “Não temais os que matam o corpo e não podem matar a alma; temei antes aquele que pode fazer parecer no inferno tanto a alma como o corpo” (Mt. 10.28). Essas palavras do Salvador ou são verdade ou não são verdade. Há somente uma possibilidade. Se elas não são verdade, então o Senhor enganou-se, e então também não tem sentido que continuemos carregando a Bíblia conosco. Mas essas palavras são a pura verdade, elas são a Palavra de Deus. Jesus mesmo disse essas palavras, e por isso, como servo do meu Deus, não posso fazer outra coisa do que exclamar: apressa-te e foge da ira vindoura de Deus, antes que seja tarde para sempre!

Não posso fazer nada, as palavras do profeta Ezequiel continuam ressoando em minha alma: “Quando eu disser ao perverso: Certamente morrerás; e tu não o avisares, e nada disseres para o advertir do seu mau caminho, para lhe salvar a vida, esse perverso morrerá na sua iniqüidade, mas o seu sangue da tua mão o requererei” (Ez. 3.18).


Oh meu Deus, ajuda-me que minhas mãos permaneçam limpas do sangue do meu próximo. Permite-me dizer-te como podes escapar do terrível destino da maldição eterna. Deus diz que não quer que alguém se perca.


Ele preparou um caminho para escapar de tudo isso, por meio do seu Filho Jesus Cristo. Jesus, o Filho de Deus, morreu na Cruz e ressuscitou dentre os mortos, para salvar-nos da sentença da maldição eterna. Sua Palavra diz tão claramente: “Quem ouve a minha palavra e crê naquele que me enviou, tema vida eterna, não entra em Juízo, mas passou da morte para a vida” (Jo 5:24). “Porque: Todo aquele que invocar o nome do Senhor, será salvo”(Rm: 10.13).


Invoca agora o Senhor, vem a ele na fé. Chega-te a Ele agora e crê na Sua Palavra:...”o que vem a mim, de modo nenhum o lançarei fora”(Jo 6:37).


A VERDADE MAIS ABAFADA

“e perguntou-lhe: Amigo, como entraste aqui sem veste nupcial? E ele emudeceu. Então ordenou o rei aos serventes: Amarrai-o de pés e mãos, e lançai-o para fora, nas trevas; ali haverá choro e ranger de dentes”(Mt: 22.12-13).


A Palavra de Deus e Jesus mesmo ensinam sem contradição e não deixam dúvidas de que existe tanto um céu para os bem-aventurados, como também um inferno para os perdidos. É uma exigência da Escritura, da qual não é possível fugir, falar sobre esse tema impopular. Justamente porque essa verdade é tão impopular e desagradável, na maior parte dos púlpitos não se fala sobre ela, e em muitas igrejas esse tema é proibido, por pertencer às verdades desagradáveis que se prefere não tocar. A palavra “inferno”, pode hoje ser ouvida com muito mais freqüência nas ruas, nos trens, nos ônibus e em quase toda a Rede Mundial de Computadores (Internet) do que nos púlpitos das igrejas.


Homens que negam a Deus utilizam a palavra muito mais freqüentemente para maldizer do que muitos pregadores na igreja. Lá onde deveria ser mais aplicada, ela é escrupulosamente evitada.
 
parte II, parte III
 

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