domingo, 6 de janeiro de 2013

VIDA NA GLÓRIA

Por: Erasmo Carlos Cardoso de Araújo



VIDA NA GLÓRIA
“Aos quais Deus quis dar a conhecer qual seja a riqueza da sua glória deste mistério entre os gentios, isto é, Cristo em vós, a esperança da GLÓRIA”.(Colossenses 1:21)
INTRODUÇÃO:
O Vocábulo glória, segundo o dicionário Aurélio significa: Fama adquirida por ações extraordinárias, feitos heróicos, grande serviços prestados à humanidade, às letras, às ciências; celebridade, renome, reputação, honra, orgulho, magnificências, brilho, esplendor, prestígio, alegria, superioridade, etc.
Na Bíblia encontramos a palavra glória cerca de 390 vezes. Tanto na língua hebraica como na língua grega é um termo que se refere à idéia de peso ou dignidade. É usada a respeito da reputação humana nas riquezas, esplendor, honra e glória, porém o conceito mais importante é o da glória de YAHWEH. Ela denota a revelação do ser, da natureza e da presença de Deus para a humanidade. Seu emprego principal é para descrever a revelação do caráter e da presença de Deus na pessoa e na obra de Jesus Cristo. Este é o resplendor da Glória Divina (Hebreus 1:1-3).
I – A GLÓRIA DE DEUS NO VELHO TESTAMENTO
A glória do Senhor, o resplendor, a presença de Deus, habitando entre seu povo, é usada pelos rabinos hebraicos em traduções do Velho Testamento, para indicar o próprio Deus em ação. Ainda que a expressão GLÓRIA DO SENHOR Seja nova (traduções mais recentes), o conceito se encontra em toda a Bíblia. Ela acompanha a ação de Deus habitando em Seu Santuário (Êxodo 25:1-9); Entre o Seu povo (Êxodo 29:45) e em toda Terra (Isaias 40:4, 5; 60:1-3; Ezequiel 1:26-28). Essas e outras passagens cognatas usam a raiz do verbo hebraico shâkhan, habitar, de onde se deriva a palavra que na linguagem teológica (Shekinah significa a presença permanente de Deus).
Os termos no hebraico e grego podem ser aplicados à glória de meros seres humanos (Jacó, Salomão, etc.) Gênesis 31:1 e Mateus 6:29, mas percebem-se com clareza quando se refere a Deus. O trovão, o relâmpago, as nuvens e toda natureza podem ser concomitantes (simultaneamente) exemplos externos da glória de Deus (Êxodo 19:16; 24:15-18; Salmo 29:1-11; 97:1-6; 98:5-9). A glória do Senhor tomou conta do tabernaculo (Êxodo 40:34-38), e aparecia no momento dos sacrifícios (Levi ticos 9:6, 23). Essas passagens parecem estar todas ligadas com uma Teofania (aparição de Deus aos homens) acompanhada por trovoadas, porém algumas passagens sugerem mais sobre o caráter de Deus (Números 14:20-22). Posteriormente o Templo veio a ser o lugar onde a glória do Senhor se tornou especialmente localizada (I Reis 8:10, 11; II Cônicas 7:1-3; Isaias 6:1-3).
II – A GLÓRIA DE DEUS NO NOVO TESTAMENTO
Já vimos em Hebreus 1:3, o resplendor da glória de Deus na pessoa e obra de Jesus Cristo. Esta glória foi contemplada pelos pastores por ocasião do nascimento de Jesus (Lucas 2:8-14) e pelos Seus discípulos durante o Seu ministério terreno (João 1:14; Hebreus 10:19, 20).
Esta glória foi demonstrada particularmente em seus sinais (João 2:11), e por ocasião de Sua transfiguração (Mateus 17:1-8). Isso lembra a subida de Moisés ao monte Sinai (Êxodo 24:15-17) e de Elias ao monte Horebe (I Reis 19:8).
Agora, porém, Cristo tanto contemplava como refletia a glória divina; mas nenhum Tabernáculo precisava ser erigido, visto que a Palavra de Deus havia armado tenda na carne humana de Jesus (João 1:14; Hebreus 10:19, 20), Sua glória será plenamente revelada por ocasião de Sua partida de Jerusalém (Lucas 9:30, 31) e finalmente, na parousia (Sua volta para buscar a Igreja).
Temos então, três pontos sobre a manifestação de Sua glória.
Primeiro:
Momento de preparação para morrer na cruz que é essencialmente à hora da glória (João 7:39; 12:23-28; 13:29-32; 17:5; Hebreus 2:9).
Segundo:
Ressurreição. Na ressurreição temos a manifestação da glória de Deus em Jesus Cristo (Lucas 24:25, 26; Atos 3:11-15; 7:54-56; Romanos 6:4; I Timóteo 3:16; I Pedro 1:21).
Terceiro:
A Parousia. Porém, acima de tudo, tal Glória será revelada em toda a sua plenitude por ocasião da parousia, ou aparecimento de Jesus Cristo, vindo em GLÓRIA (Mateus 16:27;19:28;24:30; Lucas 21:25-28).
III – O HOMEM E SUA PARTICIPAÇÃO NESTA GLÓRIA
O homem que foi criado conforme a imagem e semelhança (glória) de Deus (Coríntios 11:7; Salmo 8:1-9), para manter comunhão com ele, caiu bem abaixo de seu destino (Romanos 3:23), o qual foi cumprido somente por Jesus Cristo, o segundo Adão (Romanos 5:12-21; I Coríntios 15:20, 21,45-49; Hebreus 2:5-18).
O homem tem a responsabilidade de transmitir esta glória aos que ainda não conhecem a Jesus. A glória de Deus na face de Jesus Cristo, também deve ser vista e refletida pela Sua Igreja (II Coríntios 4:3-6; Filipenses 2:15). É a glória do novo pacto (II Coríntios 3:1-11), e é especialmente compartilhada tanto nesta existência como na existência vindoura, por aqueles que sofrem juntamente com Cristo (I Pedro 4:14; Romanos 8:18).
O objetivo da Igreja na terra é fazer o que está ao seu alcance para que o mundo reconheça a glória que pertence a Deus, a qual é vista em Seus feitos (obras) (Romanos 15:9-11; Atos 4:21); em Seus discípulos (I Coríntios 6:20), e, acima de tudo, em Seu Filho Jesus, o Senhor da glória (Romanos 16:25-27).
CONCLUSÃO:
O apóstolo Paulo falando sobre a sublimidade do amor, nos alerta quanto ao crescimento espiritual dizendo: “Porque em parte conhecemos, quando eu era menino, falava como menino, sentia como menino, pensava como menino; quando cheguei a ser homem, desisti das coisas próprias de menino.” (I Coríntios 13:9-12; II Coríntios 3:18).
Jesus veio ao mundo para salvar o homem, que havia pecado e perdido a Imagem e Glória de Deus e restaurá-la (Salmo 14:7; 80:3; 126:1-3; Isaias 49:8-10; Jeremias 33:11; Lucas 2:10, 11,28-32; 19:10; I Pedro 1:8-11; Romanos 5:1, 2).
“Tu és digno, Senhor e Deus nosso, de receber a glória, a honra e o poder, por que todas as coisas Tu criaste, sim, por causa da Tua vontade vieram a existir e foram criadas.”
“Porque para mim tenho por certo que os sofrimentos do tempo presente não podem ser comparados com a glória a ser revelada em nós.”
“Ora, aquele que é poderoso para vos guardar de tropeços e para vos apresentar com exultação, imaculados diante da Sua glória; ao único Deus, nosso Salvador mediante Jesus Cristo, Senhor nosso, glória, majestade, império e soberania, antes de todas as eras, e agora, e por todos os séculos, amem.”
“E constituiu reino, sacerdotes para o Seu Deus e Pai, a Ele a glória e o domínio pelos séculos dos séculos, amém.”
(Apocalipse 4:11; Romanos 8:18; Judas 1:24, 25; Apocalipse 1:6).

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