DEFINIÇÃO
A palavra anjo, que extraída do hebraico mal'ak do Antigo Testamento ou do grego angelos do Novo Testamento, significa "mensageiro". Os anjos são mensageiros de Deus, enquanto os anjos decaídos são mensageiros de Satanás.
A ORIGEM DOS ANJOS
Diferentemente de Deus, os anjos não existem desde a eternidade, como explicitamente declaram as Escrituras: “Só tu és SENHOR; tu fizeste o céu, o céu dos céus, e todo o seu exército, a terra e tudo quanto nela há, os mares e tudo quanto neles há, e tu os guardas com vida a todos; e o exército dos céus te adora” (Ne 9.6). “Porque nele foram criadas todas as coisas que há nos céus e na terra, visíveis e invisíveis, sejam tronos, sejam dominações, sejam principados, sejam potestades. Tudo foi criado por ele e para ele. E ele é antes de todas as coisas, e todas as coisas subsistem por ele” (Cl 1.16-17). Os anjos estão de fato entre as coisas “invisíveis” que Deus criou para servi-lo.
A Bíblia não nos informa o exato momento da criação dos anjos. No entanto, de acordo com Jó 38.4-7, podemos entender que isso se deu antes da criação do universo.
QUANTOS ANJOS EXISTEM?
No livro do Apocalipse de João, existem apenas três capítulos (4, 6, 13) em que os anjos não são citados, nos demais capítulos eles aparecem 67 vezes. Na região celestial, o número de anjos é incontável. A Bíblia é categórica em afirmar que existem milhões e milhares de seres celestiais (Ap 5.11).
A NATUREZA DOS ANJOS
A Bíblia nos traz várias informações sobre a natureza dos anjos.
Eles são espíritos. Porque diferentemente dos homens, não são limitados às condições físicas: “Fazes a teus anjos e a teus ministros, labaredas de fogo” (Sl 104.4). “Não são todos eles espíritos ministradores, enviados para serviço a favor dos que hão de herdar a salvação?” (Hb 1.14).
Em Lucas 24.37-39, Jesus disse: “... um espírito não tem carne nem ossos, como vedes que eu tenho”. Diante dessa declaração de Jesus podemos ter certeza que os anjos são destituídos de corpo físico. Apesar de serem espíritos, ou seja, não possuem um corpo físico, são capazes de assumir uma aparência humana, a fim de tornarem sua presença visível aos homens (Gn 19.1-3; Mc 16.5):“E vieram os dois anjos a Sodoma à tarde, e estava Ló assentado à porta de Sodoma; e vendo-os Ló, levantou-se ao seu encontro e inclinou-se com o rosto à terra”.
“E, entrando no sepulcro, viram um jovem assentado à direita, vestido de uma roupa comprida, branca; e ficaram espantadas” (Mc 16.5).
Outras características dos anjos é que aparecem e desaparecem à vontade e movimentam-se com uma rapidez inconcebível. São imortais, poderosos, possuidores de grande inteligência e sabedoria. Apesar de os anjos serem descritos na Bíblia pelo sexo masculino, a passagem de Mateus 22.30 deixa claro que eles são assexuados, isto é, não possuem sexo. Não são de modo algum onipresentes, atributo este pertencente somente à divindade.
Em conformidade com alguns textos bíblicos, deduzimos que todos os anjos foram criados de uma só vez e que nenhum outro anjo foi acrescentado depois de seu número, pois, como já vimos, eles são assexuados (Mt 22.30), não se reproduzem. Os anjos não são eternos; fazem parte do universo que Deus criou. Numa passagem que se refere aos anjos como hostes celestiais ou exercito dos céus, diz Esdras: “Só tu és SENHOR; tu fizeste o céu, o céu dos céus, e todo o seu exército, a terra e tudo quanto nela há, os mares e tudo quanto neles há, e tu os guardas com vida a todos; e o exército dos céus te adora” (Ne 9.6). Paulo nos diz que Deus criou todas as coisas, as visíveis e invisíveis, por meio de Cristo e para Cristo, e depois inclui especificamente o mundo dos anjos com a expressão “sejam tronos, sejam soberanias, quer principados, quer potestades” (Cl 1.16). Por causa da rebelião os anjos foram divididos em duas classes: anjos obedientes e anjos desobedientes.
PERSONALIDADE
Os anjos possuem qualidades que caracterizam uma pessoa. Por exemplo:
São seres racionais: “... sábio é meu senhor, segundo a sabedoria de um anjo de Deus, para entender tudo o que se passa na terra” (2 Sm 14.20).
São seres morais criados com capacidade de discernir e fazer o que é certo ou errado: “... com um anjo de Deus, assim é o rei, meu senhor, para discernir entre o bem e o mal” (2 Sm 14.17).
Devotam adoração inteligente: “Louvai-o todos os seus anjos; louvai-o, todas as legiões celestes” (Sl 148.2).
Possuem emoções: “Eu vos afirmo que, de igual modo, há júbilo diante dos anjos de Deus por um pecador que se arrepende” (Lc 15.10).
Foram compensados pela obediência e castigados pela desobediência: “Porque, se Deus não perdoou aos anjos que pecaram, mas, havendo-os lançado no inferno, os entregou às cadeias da escuridão, ficando reservados para o juízo” (2 Pe 2.4).
SÃO SÁBIOS E PODEROSOS
Por meio das Escrituras, tornou-se manifesto o mundo espiritual, revelando que os anjos são possuidores de sabedoria e inteligência sobre-humana.
Para os estudiosos da Bíblia, a sabedoria dos anjos é evidente. Porém, Jesus forneceu testemunho de que o conhecimento dos anjos é limitado quando falou da sua segunda vinda, dizendo: “Mas a respeito daquele dia ou da hora ninguém sabe; nem os anjos no céu, nem o Filho, senão o Pai” (Mc 13.32).
Com relação ao seu poder, embora seja grande, é limitado (Sl 103.20).
O MINISTÉRIOS DOS ANJOS
Os anjos foram criados com propósitos definidos por Deus. Foram criados como servos de Deus, de Cristo e da Igreja para executarem a vontade de Deus na Terra (Hb 1.6, 14). Além disso, conversam entre si (Ap 14.18). Antes da rebelião de Satanás contra o Criador, todos os anjos foram criados primordialmente para adorar a Deus e a Cristo, tendo portanto sua existência centrada na Divindade.
O que a Bíblia nos ensina sobre o ministério dos anjos:
ADORAR A DEUS:
Este é o principal e mais importante ministério dos anjos. Várias passagens bíblicas confirmam isso:
“E olhei, e ouvi a voz de muitos anjos ao redor do trono, e dos animais, e dos anciãos; e era o número deles milhões de milhões, e milhares de milhares, que com grande voz diziam: Digno é o Cordeiro, que foi morto, de receber o poder, e riquezas, e sabedoria, e força, e honra, e glória, e ações de graças” (Ap 5.11-12).
“E outra vez, quando introduz no mundo o primogênito, diz: E todos os anjos de Deus o adorem” (Hb 1.6).
“Bendizei ao SENHOR, todos os seus anjos, vós que excedeis em força, que guardais os seus mandamentos, obedecendo à voz da sua palavra. Bendizei ao SENHOR, todos os seus exércitos, vós ministros seus, que executais o seu beneplácito” (Sl 103.20-21).
MEDIADORES DA LEI
Foi por intermédio dos anjos que a Lei mosaica foi transmitida ao povo israelita: “...vós que recebestes a Lei por ministério dos anjos e não a guardaste” (At 7.53). “Logo, para que é a lei? Foi ordenada por causa das transgressões, até que viesse a posteridade a quem a promessa tinha sido feita; e foi posta pelos anjos na mão de um medianeiro” (Gl 3.19).
EXECUTORES DOS JUÍZOS DE DEUS
Por várias vezes os anjos são apresentados nas Escrituras com missões específicas de executar juízos de Deus.
“Então disseram aqueles homens a Ló: Tens alguém mais aqui? Teu genro, e teus filhos, e tuas filhas, e todos quantos tens nesta cidade, tira-os fora deste lugar; Porque nós vamos destruir este lugar, porque o seu clamor tem aumentado diante da face do SENHOR, e o SENHOR nos enviou a destruí-lo” (Gn 19.12-13).
“Estendendo, pois, o anjo a sua mão sobre Jerusalém, para a destruir, o SENHOR se arrependeu daquele mal; e disse ao anjo que fazia a destruição entre o povo: Basta, agora retira a tua mão. E o anjo do SENHOR estava junto à eira de Araúna, o jebuseu” (2 Sm 24.16).
IRÃO REUINIR OS SANTOS
Na volta de Cristo para buscar a sua Igreja, os exercerão grande influência: “Então aparecerá no céu o sinal do Filho do homem; e todas as tribos da terra se lamentarão, e verão o Filho do homem, vindo sobre as nuvens do céu, com poder e grande glória. E ele enviará os seus anjos com rijo clamor de trombeta, os quais ajuntarão os seus escolhidos desde os quatro ventos, de uma à outra extremidade dos céus” (Mt 24.30-31).
NO JUÍZO FINAL
Os anjos de Deus serão os ceifeiros que separarão os cristãos dos incrédulos no dia do juízo final. Eles conhecem a diferença entre o joio e o trigo.
(Mateus 13:30) “Deixai crescer ambos juntos até à ceifa; e, por ocasião da ceifa, direi aos ceifeiros: Colhei primeiro o joio, e atai-o em molhos para o queimar; mas, o trigo, ajuntai-o no meu celeiro”; (Mateus 13:39) “O inimigo, que o semeou, é o diabo; e a ceifa é o fim do mundo; e os ceifeiros são os anjos”.
“Assim será na consumação dos séculos: virão os anjos, e separarão os maus de entre os justos, e lançá-los-ão na fornalha de fogo; ali haverá pranto e ranger de dentes” (Mt 13.49-50).
ANJOS NÃO DEVEM SER ADORADOS
Os anjos são seres criados e, como tais, não devem ser adorados, pois a adoração é uma prerrogativa exclusiva das pessoas da Trindade, a saber: Deus Pai, Deus Filho e Deus Espírito Santo (Is 6.3; Rm 11.33-36; Ap 4). Não encontramos na Bíblia nenhuma passagem que abone a ideia de adoração ou culto aos anjos. Jesus quando da tentação no deserto, deixou bem claro a quem devemos adorar e prestar culto, quando disse: “Ao Senhor teu Deus adorarás, e só a Ele darás culto”. Visto que um anjo não é Deus, mas apenas uma criatura de Deus, não pode nem deve ser adorado ou cultuado. O apóstolo João, quando estava recebendo a revelação das coisas futuras por intermédio de um anjo escreveu: “... prostrei-me aos pés do anjo que me mostrava para o adorar. E disse-me: Olha, não faças tal; porque eu sou conservo teu e de teus irmãos, dos profetas, e dos que guardam as palavras deste livro. Adora a Deus” (Ap 22.8-9). Portanto, reiteremos que somente o Deus revelado nas Escrituras deve ser adorado, porque Ele disse: “... a minha glória, pois não a darei a outrem, nem a minha honra, às imagens de escultura” (Is 42.8).
HIERARQUIA DOS ANJOS
Algumas passagens da Bíblia Sagrada deixam entender que há uma hierarquia entre os anjos.
Na epístola aos Colossenses a posição hierárquica dos anjos está em ordem decrescente: tronos, soberanias, principados e potestades, enquanto em Efésios a mesma graduação é mencionada em ordem crescente: principados, potestades, poder e domínio. Conclui-se que essas posições hierárquicas de autoridade entre os anjos ocorrem devido às suas diferentes funções exercidas no céu.
GABRIEL
O nome Gabriel no hebraico significa literalmente “homem de Deus, varão de Deus”.
Ele aparece quatro vezes na Bíblia, e sempre em missões específicas (Dn 8.16; 9.21; Lc 1.19; 1.26). No Antigo Testamento, Gabriel aparece apenas no livro de Daniel, como mensageiro celestial para revelar eventos futuros ou escatológicos (Dn 8.19; 9.24-27).
No Novo Testamento, Gabriel ressurge somente na narrativa de Lucas que descreve o nascimento de Jesus. Também como mensageiro angelical que anuncia grandes eventos: o nascimento de João Batista (Lc 1-11-20) e de Jesus (Lc 1.26-38). Também é apresentado como aquele que “assiste diante de Deus” (Lc 1.19), o que evidência sua relação pessoal com o Criador. Destes casos se conclui que Gabriel é o portador das grandes mensagens divinas aos homens. Podemos concluir que na Bíblia Gabriel é o anjo mensageiro.
Não é somente nas Escrituras Sagradas que podemos encontrar referências a este ser celestial. Os manuscritos descobertos nas grutas de Qumrã comprovam o interesse dos essênios por anjos. Gabriel é um dos quatro nomes angelicais escritos nos escudos dos Filhos da Luz enquanto saem para a batalha. Os Targuns introduzem Gabriel nas narrativas bíblicas como aquele que guia José para encontrar-se com seus irmãos (Gn 37.15), que enterra Moisés (Dt 34.6) e destrói o exército de Senaqueribe (2 Cr 32.21).
ARCANJO MIGUEL
O nome Miguel é de origem hebraica e significa literalmente “quem é como Deus, que é semelhante a Deus”.
Ele é mencionado com aquele que se levanta, provavelmente em defesa do povo de Israel. “Mas o príncipe do reino da Pérsia me resistiu vinte e um dias, e eis que Miguel, um dos primeiros príncipes, veio para ajudar-me, e eu fiquei ali com os reis da Pérsia” (Dn 10.13). Neste mesmo sentido, o versículo 21 fala de “... Miguel, vosso príncipe”.
Miguel, diferentemente dos demais anjos, é descrito no Novo Testamento como um arcanjo, “Miguel o arcanjo” (Jd 9), o vocábulo oriundo do grego Arkhangelos, de arkhoo, “governo, chefe, líder”, angelos, “anjo mensageiro”, e significa “líder ou chefe os anjos”.
Na Bíblia temos o entendimento que há apenas um arcanjo, Miguel. Ele é o único ser citado como arcanjo. Se é o único, talvez venha a ser aquele a falar na segunda vinda de Senhor: “Porque o mesmo Senhor descerá do céu com alarido, e com voz de arcanjo, e com a trombeta de Deus; e os que morreram em Cristo ressuscitarão primeiro.” (I Ts 4.16). Em Apocalipse 12.7-9 aprendemos mais sobre a capacidade de comandar e guerrear do arcanjo Miguel: “E houve batalha no céu; Miguel e os seus anjos batalhavam contra o dragão, e batalhavam o dragão e os seus anjos; Mas não prevaleceram, nem mais o seu lugar se achou nos céus. E foi precipitado o grande dragão, a antiga serpente, chamada o Diabo, e Satanás, que engana todo o mundo; ele foi precipitado na terra, e os seus anjos foram lançados com ele".
QUERUBINS
O vocábulo Kerubiym é a forma plural do hebraico Kerub. Seu correspondente grego é Kheroubin. Não se sabe ao certo se este termo significa uma posição especial ou um serviço exaltado rendido por aqueles que levam este nome.
Aparecem pela primeira vez na entrada do Jardim do Éden, incumbidos de guardar o caminho para a árvore da vida depois que o homem foi expulso do jardim (Gn 3.24). Uma função semelhante foi creditada aos dois querubins dourados, sobre a Arca da aliança, no Santo dos Santos do Tabernáculo no deserto, embora em figuras de ouro, foram postos em cada extremidade do propiciatório (a tampa que cobria a Arca no santíssimo lugar – Ex 25.17-22; Hb 9.5), onde simbolicamente protegiam os objetos guardados na Arca e proviam com suas asas estendidas, um pedestal visível para o trono invisível de Deus (Sl 80.1; 99.1).
Também foram bordados querubins nas cortinas do tabernáculo, bem como estampados nas paredes do Templo (Êx 26.31; 2Cr 3.7).
Profeta do cativeiro babilônico, Ezequiel se refere a esses seres chamando-os pelo seu título dezenove vezes. Os quatro seres viventes mencionados pelo profeta são querubins (Ez 1.5, 13-15; 3.13; 10.14-15).
O principal propósito deles é proclamar e proteger a gloria, a soberania e a santidade de Deus. Severino Pedro nos informa que existe uma característica dupla nesses seres viventes denominados querubins: “Eles são chamados de querubins” e como tais desempenham dupla função, isto é, são guardas celestiais (Gn 3.24), e ao mesmo tempo eles desempenham a função de serafins (os componentes do coro angelical) que clamam dia e noite: “Santo, Santo, Santo é o Senhor dos Exércitos: toda terra está cheia da sua glória” (Is 6.1-6; Ap 4.8).
Satanás pertencia a essa classe de seres espirituais conforme implícito no texto de Ezequiel 28.14-16: “Tu eras o querubim, ungido para cobrir, e te estabeleci; no monte santo de Deus estavas no meio das pedras afogueadas andavas. Perfeito eras nos teus caminhos, desde o dia em que foste criado, até que se achou iniquidade em ti. Na multiplicação do teu comércio encheram o teu interior de violência, e pecaste; por isso te lancei, profanado, do monte de Deus, e te fiz perecer, ó querubim guardião, do meio das pedras afogueadas”.
SERAFINS
O termo hebraico Serafiym é a forma plural de Saraf, que significa “abrasadores”.
A única menção a esses seres celestiais nas Escrituras Sagradas localiza-se no livro do profeta Isaías (Is 6.3). São vistos pelo profeta como colocados sobre o trono de Deus, tendo cada um seis asas. Ocupam-se do louvor a Deus.
ANJO DO SENHOR
Um ensino de grande importância, que por sua vez causa muita confusão entre os cristãos, está estritamente relacionado com as aparições de um anjo denominado “Anjo do Senhor”. A maneira pela qual esse anjo é descrito distingue-o de qualquer outro ser criado. Este anjo aparece inúmeras vezes no Antigo Testamento. Vale lembra que a palavra anjo significa simplesmente “mensageiro”. Porém, encontramos várias passagens na Bíblia onde o Anjo do Senhor é chamado de “Deus” ou “Senhor”. Confira em: Gn 22.9-12; 32.20; Êx 3.2-4; Jz 6.21-24; 13.16-22.
O Anjo do Senhor apareceu a Hagar quando esta fugia da casa de Abraão (Gn 16.7-14). Quatro vezes nesta passagem a expressão “Anjo do Senhor” é usada, mas no versículo 13 lemos: “E ela chamou o nome do SENHOR, que com ela falava: Tu és Deus que me vê; porque disse: Não olhei eu também para aquele que me vê?” Hagar reconheceu esse “Anjo do Senhor” como o próprio Deus.
Ele aparece a Abraão quando este ia sacrificar seu filho Isaque (Gn 22.11-18). Foi Deus que ordenou a Abraão o sacrifício de seu filho e, quando ele levantou a faca para matá-lo “O anjo do SENHOR lhe bradou desde os céus, e disse: Abraão, Abraão! E ele disse: Eis-me aqui. Então disse: Não estendas a tua mão sobre o moço, e não lhe faças nada; porquanto agora sei que temes a Deus, e não me negaste o teu filho, o teu único filho.” O “me” refere-se inegavelmente a Deus.
Ele aparece a Moisés na sarça ardente, mas que não se consumia (ex 3.2-5). Nesta passagem, lemos no versículo 2 “Apareceu-lhe o Anjo do Senhor numa chama de fogo no meio de uma sarça...”. No versículo 4 esta mesma pessoa é chamada de “Deus”: “... Deus do meio da sarça, o chamou, e disse: Moisés, Moisés...”
Ele se manifestou a Gideão enquanto este malhava o trigo no lagar, ocultando-se dos midianitas (Jz 6.11-23). No versículo 12 lemos sobre o “Anjo do Senhor” aparecendo a Gideão. No versículo 14 é dito: “Então se virou o Senhor para ele e disse: vai nessa tua força...”
Em Juízes 13.2-23, temos várias descrições de visitas do “Anjo do Senhor”, “Anjo de Deus” e “homem de Deus” a Manoá e sua mulher. Essas expressões são usadas doze vezes sobre esse alguém, mas no versículo 22, lemos: “Disse Manoá a sua mulher: Certamente morreremos, porque vimos a Deus.”
O livro de 2 Reis 19.35 recapitula como o Anjo do Senhor destruiu em uma Noite 185.000 soldados assírios, quando este exército sitiou Jerusalém.
Analisando essas passagens das Escrituras, uma das principais autoridades sobre história dos judeus, línguas e costumes do Antigo Testamento, Charles L. Feinberg, afirma que o “Anjo do Senhor” é a auto-revelação de Deus. Ele é o Senhor em pessoa, o Anjo do Senhor da história do Antigo Testamento é o Cristo pré-encarnado das muitas teofanias (manifestação de Deus) nos livros do Antigo Testamento.
Não se pode evitar a conclusão de que este Anjo misterioso não é outro senão o Filho de Deus, o Messias, o Salvador do Mundo, Jesus Cristo.
CONCLUSÃO
Aos humanos não é dado poder ou autoridade sobre os anjos. Quer dizer que nós não podemos fazer pedido ou dar ordens aos anjos, eles obedecem apenas a Deus. È Deus quem dá ordens aos anjos a nosso respeito. É Deus quem ordena aos seus anjos para nos guardarem (Sl 91. 10-12).
FONTE:
Módulo de Teologia da FTB - Ed. Betesda
Fundamentos da Teologia Pentecostal – Ed. Quadrangular
Conhecendo as Doutrinas da Bíblia - Ed. Vida
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