terça-feira, 30 de outubro de 2012

A Superioridade da Nova Aliança



Contrastes Importantes Entre o Antigo e o Novo Testamentos

Tudo começa com Deus. Ele nos criou, e ele nos comunica como devemos viver. Desde o primeiro dia da existência humana, Deus tem falado com o homem, guiando-o na sua jornada terrestre. O homem depende de Deus para direção. Jeremias disse: “Eu sei, ó Senhor, que não cabe ao homem determinar o seu caminho, nem ao que caminha o dirigir os seus passos”(Jeremias 10:23).
Em épocas diferentes, Deus tem usado meios diferentes para comunicar mensagens diferentes ao homem. No princípio, falou com os chefes de famílias, e estes repassaram as mensagens aos descendentes. Depois, ele separou alguns dos descendentes de Abraão e lhes deu uma aliança ou testamento especial. Por último, ele falou pelo próprio Filho e usou os servos dele para transmitir a todos os homens a nova aliança ou testamento.
Neste estudo, vamos focalizar alguns contrastes entre a Aliança que Deus fez com os israelitas no monte Sinai e a Nova Aliança que governa todos os homens hoje.

 Nesta comparação, vamos compreender melhor a afirmação de Paulo: “a letra mata, mas o espírito vivifica” (2 Coríntios 3:6). Observaremos algumas diferenças importantes nos ensinamentos e práticas das duas alianças.

“A Letra Mata, mas o Espírito Vivifica”

Acredito na palavra de Deus e dou importância ao estudo cuidadoso e a aplicação precisa das Escrituras. Frequentemente, quando mostramos para algumas pessoas religiosas que precisam mudar alguma coisa para se alinhar com a vontade de Deus, revelada no Novo Testamento, alguém tenta fugir usando as palavras de Paulo: “a letra mata, mas o espírito vivifica” (2 Coríntios 3:6). O argumento, normalmente, é este: A letra (o estudo cuidadoso da palavra) é prejudicial e nos mata espiritualmente, mas o espírito (o que a pessoa sente no coração como a vontade de Deus) vivifica. 

Então, a pessoa conclui, nós não devemos nos esforçar para estudar a Bíblia. Acredita que devamos deixar o Espírito nos guiar sem conhecimento da palavra.

Há vários problemas sérios com esta abordagem. Entre eles:

(1) Este argumento ignora o contexto de 2 Coríntios 3 e distorce totalmente o sentido do versículo citado. Já veremos mais sobre isso.

(2) É um processo de raciocínio que leva a pessoa a adotar uma atitude que Deus condena. Considere alguns avisos dados por Deus: “Há caminho que ao homem parece direito, mas ao cabo dá em caminhos de morte” (Provérbios 14:12); “Porque os meus pensamentos não são os vossos pensamentos, nem os vossos caminhos, os meus caminhos, diz o Senhor(Isaías 55:8; observe que ele fala logo em seguida sobre a palavra falada por Deus – 55:10-11).

(3) Ironicamente, este raciocínio é usado por algumas pessoas para defender doutrinas e práticas do Antigo Testamento, que é exatamente o que Paulo está condenando!
Podemos resolver a questão do sentido deste versículo com uma boa leitura do contexto de 2 Coríntios 3. 

Tome alguns minutos para ler o capítulo inteiro (são apenas 18 versículos). Agora, vamos ver o que Paulo diz neste capítulo.

Ele falou de uma relação especial (3:1-6) que envolve 

(1) Deus Pai (a suficiência vem dele, e o homem sem Deus não pode pensar alguma coisa – 3:5); 

(2) Cristo (a confiança vem por intermédio de Jesus – 3:4); 

(3) Apóstolos, especificamente Paulo (ministros da nova aliança de Cristo – 3:3,6; cf. 2:9,12,17); (4) Cristãos, especificamente os coríntios (a carta de recomendação para o mundo porque receberam a palavra nos corações – 3:2-3).
Com estas relações como sua base, Paulo continua nos versículos seguintes mostrando a diferença entre a lei e o espírito (3:7-18). 

Ele mostra que o Antigo Testamento (a letra) traz a condenação, enquanto o Novo (o espírito) oferece a salvação. Para compreender bem esta parte importante do capítulo, estude a tabela anexa.

Este trecho não é um aviso contra o estudo cuidadoso da palavra, e jamais deve ser usado para justificar a preguiça no estudo ou a teimosia em recusar qualquer instrução que vem do Senhor.
A Letra Mata
O Espírito Vivifica
“o ministério da morte, gravado com letras em pedras” (3:7)
“o ministério do Espírito” (3:8)
Moisés (3:7)
Apóstolos de Jesus (3:6)
“O ministério da condenação” (3:9)
“o ministério da justiça” (3:9)
Glorioso (3:9)
Muito mais glorioso (3:9)
“foi glorificado...já não resplandece” (3:10)
“atual sobreexcelente glória” (3:10)
“o que se desvanecia teve sua glória” (3:11)
“muito mais glória tem o que é permanente” (3:11)
O véu de Moisés escondeu o que se desvanecia (3:12-13)
Os apóstolos falaram com ousadia, sem esconder a esperança (3:12)
Os seguidores do AT ainda têm o véu (3:14-15)
O véu é removido em Cristo (3:14,16)
Há condenação na Lei (3:9; cf. Romanos 3:20; Gálatas 3:22)
Há liberdade no Espírito (3:17)
A letra do AT condena (3:7,9) – a letra mata!
Somos transformados no Espírito no NT (3:18) – o Espírito vivifica!

Reinos Diferentes

O reino governado pela Antiga Aliança foi limitado. Era limitado em termos de pessoas, porque era o reino do povo de Israel. Quando Deus revelou aquela lei no monte Sinai, ele disse: “Assim falarás à casa de Jacó e anunciarás aos filhos de Israel.... vós me sereis reino de sacerdotes e nação santa. São estas as palavras que falarás aos filhos de Israel” (Êxodo 19:3,6). Era limitado em termos de território, porque o povo geralmente morava dentro de um território nacional. Deus disse: “Estes, pois, são os mandamentos, os estatutos e os juízos que mandou o Senhor, teu Deus, se te ensinassem, para que os cumprisses na terra a que passas para a possuir” (Deuteronômio 6:1; cf. 11:8). Estrangeiros foram obrigados a guardar algumas leis quando moravam no território de Israel: “A mesma lei e o mesmo rito haverá para vós outros e para o estrangeiro que mora convosco” (Deuteronômio 15:16).
Mas o reino da Nova Aliança é universal. Jesus tem “toda a autoridade . . . no céu e na terra” e mandou os apóstolos a fazerem discípulos de todas as nações (Mateus 28:18-20). O reino de Cristo hoje é a “universal assembléia e igreja dos primogênitos arrolados nos céus” (Hebreus 12:22-23). Não é limitado por território geográfico, pois este reino é espiritual (1 Pedro 2:5). A vontade do rei, Jesus Cristo, vale para todas as pessoas na face da terra (Atos 17:30; Romanos 1:16).

Templos Diferentes
Há um contraste semelhante entre os templos das duas alianças. No Antigo Testamento, a habitação de Deus foi representada por uma estrutura física. O rei Artaxerxes, da Pérsia, falou do “Deus de Israel, cuja habitação está em Jerusalém” (Esdras 7:15). No Antigo Testamento, o templo foi conhecido como “a Casa de Deus” (2 Crônicas 7:6). É importante frisar o sentido simbólico destas citações, pois o povo entendeu que Deus não seria limitado a uma casa material. Salomão perguntou: “Mas, de fato, habitaria Deus com os homens na terra? Eis que os céus e até o céu dos céus não te podem conter, quanto menos esta casa que eu edifiquei”(2 Crônicas 6:18).
Hoje, a habitação de Deus é espiritual. O conceito do templo ou santuário de Deus é usado no Novo Testamento em dois sentidos, ambos espirituais. Coletivamente, a igreja é o santuário de Deus (1 Coríntios 3:16). Individualmente, o cristão é a habitação de Deus (1 Coríntios 6:19-20; João 14:23).

Conclusão
Hoje, a presença de Deus não depende da nação em que nascemos. Depende da nossa decisão de servir a Jesus. Ele disse: “Se alguém me ama, guardará a minha palavra; e meu Pai o amará, e viremos para ele e faremos nele morada” (João 14:23). Vamos amá-lo!

 – por Dennis Allan

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