Em nosso tempo a maior preocupação daqueles que trabalham com o mercado é suprir a necessidade de coisas novas todos os dias. O novo atrai público, o público traz dinheiro e o dinheiro é o que move e motiva as empresas de marketing, as indústrias, o comércio e por fim faz girar a ciranda da economia mundial. A novidade é o melhor argumento para convencer o consumidor a trocar o produto que tem em casa em perfeita condição de uso, por entender que ele é obsoleto (mesmo sendo um lançamento com menos de seis meses). A capacidade de criação do homem tem sido levada ao extremo e aqueles que trabalham com criação são pressionados a trazer à realidade algo tão novo quanto revolucionário, e eu já me pergunto se será possível daqui a alguns anos termos algo realmente novo.
As pesquisas ajudam a entender melhor as coisas que já conhecemos ou dar uma visão completamente nova sobre um assunto que achávamos que eram de nosso domínio. O novo sempre vem para substituir ou, no mínimo, repaginar o velho.
Mas, será que tudo que conhecemos precisa ser repaginado? Será que os novos conhecimentos são capazes de mudar tudo que está estabelecido? Até que ponto o novo é bom?
Pude notar isso em um documentário que assisti na TV ESCOLA sobre a história da comunicação. Fiquei surpreso em ver o frenesi das pessoas ao conhecerem a mais “moderna” das invenções: O Telégrafo. Grandes potências mundiais correram para dominar aquela tecnologia de ponta. Esforços herculanos foram aplicados para atravessar cabos gigantescos através dos mares, de um lado ao outro dos oceanos. Porque aquela era a maior invenção de todos os tempos. E hoje? Hoje as coisas são tão rapidamente substituídas por outras mais eficientes ou luxuosas que logo são consideradas peças de museu.
E o Evangelho? Será que ele está fadado a se tornar peça de um museu? Por que minha pergunta? Vamos lá.
Desde a criação a questão central da Bíblia é o relacionamento do Deus Todo Poderoso com sua mais querida criação: o homem. Quando a comunhão do homem com Deus é quebrada, entra em cena pela primeira vez na história o pecado. Dai em diante todo esforço Divino é para restabelecer a pureza no homem com o propósito de trazê-lo outra vez à companhia do Pai. O arrependimento e o perdão dos pecados são o assunto principal de toda a Bíblia. Todos os demais assuntos são periféricos ou consequentes destes. A adoração, a santificação, a oferta, os milagres, tudo está relacionado diretamente com o centro da Bíblia: A cruz de Cristo.
Então eu pergunto: Por que este não é mais o assunto principal nas pregações, nos cânticos, nas reuniões oficiais? Por que os pecadores não são mais confrontados com sua situação miserável diante de Deus? Por que a volta de Jesus (independente da linha teológica seguida) não faz mais parte da homilia diária da igreja?
Não sou saudosista (nem tenho idade para isto), mas é obvio que as novidades estão deixando de ser adereços e passando ao status de primordial. Se antes a arte, as luzes, os encontros descontraídos, as reuniões sociais, eram acessórios para um culto voltado à adoração e exaltação do Nome do Senhor, hoje são o assunto principal.
A ordem é deixar os visitantes bem à vontade. Tão à vontade que não se sentem constrangidos a mudarem de vida, a se arrependerem.
O evangelho atrativo, na verdade, não é mais evangelho. É um embuste.
O milagre é o centro. O importante é sair com a benção. O essencial é receber a palavra profética. O objetivo é ter promessa de prosperidade.
Está proibida toda e qualquer citação à morte, pecado, transgressão, arrependimento, condenação, juízo, ira de Deus, fim, salvação, e de maneira alguma deve ser citada a palavra inferno.
Em que estão transformando a obra expiatória de Cristo? Em roteiro de filme para Hollywood? Em uma história coadjuvante a um grande romance baseado na bondade do homem?
Me desculpem, mas se o assunto das igrejas não é mais Cristo e sua obra expiatória, pra que então elas existem? Para servir de pequeno império para homens presunçosos, gananciosos, soberbos? Para facilitar o acúmulo de bens e fortunas sem ser incomodado pela Receita Federal?
As Boas Novas ainda são pertinentes. Ou alguém poderia dizer que as palavras do Criador não mais interessam neste século?
Eu creio que a transformação integral do homem, através do Evangelho de Jesus, é a solução para o mundo. Mas só quando ele é pregado de forma íntegra pode mudar as pessoas. A mudança começa no encontro pessoal com Cristo, no arrependimento sincero, no perdão restaurador, na santificação gloriosa e na aquisição da esperança da vida eterna.
E dizia a todos: Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, tome cada dia a sua cruz e siga-me. Porque qualquer que quiser salvar a sua vida perde-la-á; mas qualquer que, por amor de mim, perder a sua vida a salvará. Porque, que aproveita ao homem grajear o mundo todo, perdendo-se ou prejudicando-se a si mesmo?
Porque qualquer que de mim e das minhas palavras se envergonhar, dele se envergonhará o Filho do Homem, quando vier na sua glória na do Pai de os santos anjos”. Lucas 9.23-26
Sendo murmuradores, detratores, aborrecedores de Deus, injuriadores, soberbos, presunçosos, inventores de males, desobedientes aos pais e às mães. Romanos 1:30
Porque haverá homens amantes de si mesmos, avarentos, presunçosos, soberbos, blasfemos, desobedientes a pais e mães, ingratos, profanos. 2 Timóteo 3:2
Traidores, obstinados, orgulhosos, mais amigos dos deleites do que amigos de Deus. 2 Timóteo 3:4
Não sejamos cobiçosos de vanglórias, irritando-nos uns aos outros, invejando-nos uns aos outros. Gálatas 5:26
* Para quem talvez não tenha entendido o porque da imagem de um eclipse, eu explico. Todas estas novidades, inovações, tentativas de tornar a palavra mais “atraente” são um mero eclipse. A lua, por um momento pode até tentar impedir que a luz do sol chegue aos homens, mas é inútil pois no fim, o Sol voltará a brilhar com tanta força quanto antes e ofuscará os olhos daqueles que amaram as trevas.
texto adaptado de Davi Oliveira
Publicado Originalmente em Mente e Espírito
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