Se ainda não teve oportunidade, não deixe de ler as outras partes deste estudo: Período Intertestamentário – Parte 1
A divisão do Império Grego
Se ainda não teve oportunidade, não deixe de ler as outras partes deste estudo: Período Intertestamentário – Parte 1
Com a morte prematura de Alexandre, o Grande, na Babilônia com apenas 33 anos, não haviam herdeiros capacitados para o governo. Devido a este fato seus generais começaram a disputar o controle do império o que fatalmente levou a uma inevitável divisão do mesmo.
Foram então criados quatro reinos para quatro generais, a saber: Ptolomeu, Seleuco, Lisímaco e Cassandro. A região da palestina, que na antiguidade havia servido como ponto estratégico de Israel (para seu enriquecimento) se tornou um fator de desgraça já que os governos de Ptolomeu (que governava o Egito) e de Seleuco (que governava a Síria) disputavam aquela região por ser um importante corredor para as tropas.
O governo dos Ptolomeus
Esta região que na época de Salomão havia sido uma posição geográfica favorável ao enriquecimento do povo judeu, agora era o palco de guerras porque tanto os Ptolomeus quanto os Selecuidas queriam aquelas terras que serviam de importante corredor para as tropas. Devido a isto, a situação do território foi bastante inconstante tendo havido inúmeras guerras e muitas mudanças de poder dentre os governantes gregos.
Segundo o livro Panorama Histórico de Israel para estudantes da Bíblia encontramos que durante o governo dos Ptolomeus os judeus tiveram uma relativa liberdade. Apesar de muitos terem sido deportados para o Egito, estes souberam e puderam aproveitar bem as oportunidades comerciais e condições de trabalho que ali tiveram. Este fato foi tão importante que fez com que outros judeus fossem, por vontade própria, para o Egito “tentar a vida” nas cidades que estavam sendo fundadas. Dentre estas cidades é importante citar Alexandria e a grande colônia judaica que se estabeleceu ali.
É interessante saber que apesar da liberdade religiosa que havia, também era notória a grande promoção que era feita da cultura e religiosidade grega desde os tempos de Alexandre, o Grande, e continuando nos tempos dos Ptolomeus e depois dos Seleucidas.
Para aqueles que permaneciam na Judeia, o sumo-sacerdote era o governador. Ele trabalhava em conjunto com o conselho de sacerdotes e anciãos fazendo com que as leis fossem cumpridas.
O Templo de Jerusalém era o centro da vida religiosa dos judeus, inclusive recebendo peregrinos de todas as partes. Provavelmente como contraponto a grande promoção da cultura e religiosidade grega, vemos o fato de que esta época foi de grande ênfase à Lei e a sua interpretação que muito se desenvolveu. Já economicamente, a população empobreceu.
A Septuaginta:
A Septuaginta ou como é abreviada LXX (setenta em números romanos) é a mais importante tradução grega do Antigo Testamento, bem como a mais antiga tradução influente em qualquer idioma.
Exatamente pelo grande número de judeus egressos da palestina que haviam se estabelecidos na colônia judaica de Alexandria e porque os Ptolomeus haviam fundado uma grande biblioteca com obras antigas e preciosas e cuidada por bibliotecários que se tornaram notáveis; Levando em consideração ao fato de que mesmo com liberdade religiosa era notória a grande promoção da cultura e religiosidade grega. Além do fato de que o Grego, desde antes do domínio de Alexandre, o Grande, estar se tornando a língua comercial e de intercâmbio dentre os povos (como hoje em dia é o inglês), muitos judeus que agora moravam em Alexandria não dominavam mais o hebraico ao ponto de poderem ler e compreender as Leis em sua língua original.
Aparentemente estes fatos levaram a que, durante o governo de Ptolomeu Filadelfo (285-246 a.C.) fosse ordenado o início de uma tradução do Antigo Testamento (A Tanak – Bíblia Hebraica) para a língua grega. Certa carta, supostamente escrita por alguém chamado Aristélas ao seu irmão Filócrates (285-246 a.C.) relata como Ptolomeu Filadelfo, persuadido por seu bibliotecário a obter uma tradução das escrituras hebraicas para a sua biblioteca real, fez um apelo ao sumo sacerdote de Jerusalém, que lhe enviou 72 anciãos a Alexandria, com uma cópia oficial da lei. Ali, em 72 dias, fizeram uma tradução que foi lida perante a comunidade judaica entre grandes aplausos, e então foi apresentada ao rei. Este é o motivo dela ser chamada de Tradução dos Setenta, Septuaginta ou como é abreviada LXX (setenta em números
romanos). Ela ainda hoje é a mais importante tradução grega do Antigo Testamento, bem como a mais antiga tradução influente em qualquer idioma. Nenhum outro livro(s) foi traduzido a mais tempo do que as Escrituras Sagradas e continua sendo influente no mundo inteiro. Nenhuma outra tradução realizada naquela época tem igual valor para a humanidade.
É incontestável que esta tradução chamada Septuaginta deu uma extrema contribuição para que o judaísmo (e posteriormente o cristianismo) fosse disseminado por todo o mundo conhecido naquela época.
Quando Cristo esteve na Terra a LXX já estava espalhada entre os judeus da dispersão (os egressos) e é compreensível que esta Bíblia na língua universal tenha ajudado muito aos primeiros missionários. Notamos ainda que o Novo Testamento possui várias citações da Septuaginta.
Lembremos ainda que traduções não eram coisas corriqueiras daquela época e que somente livros extremamente importantes poderiam ser traduzidos. Isto demonstrava o valor que era dado a Bíblia Hebraica.
Como acabou o período dos Ptolomeus :
A última pessoa que comandou a dinastia que governou o Egito, chamada de dinastia dos Ptolomeus foi Cleópatra VII Thea Filopator (em grego, Κλεοπάτρα Φιλοπάτωρ, Cleopátra Philopátor). Ela nasceu em Alexandria em 70 a.C. e morreu em 30 a.C. Cleópatra, como ficou conhecida na história, era filha de Ptolomeu XII e de Cleópatra V.
As constantes guerras dentre os Ptolomeus e os Selêucidas acabou por dar a vitória a estes últimos e por fim a dominação dos Ptolomeus sobre a Judeia.
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