quinta-feira, 24 de maio de 2012

Período Intertestamentário – Parte 1

Panorama Geral:

Popularmente é dito que este período compreendeu aproximadamente 400 anos da história de Israel, este é o número mais aceito para o arredondamento de tempo do período intertestamentário, no entanto, ao buscar mais informação, encontramos que existem autores (p.ex,HENRY, Matthew em Matthew Henry’s Commentary on the Whole Bible. Guardian Press, Grand Rapids, 1976.) que afirmam que o mais correto seria datar de 397 a.C. a 6 a.C. o que daria na verdade 391 anos.
Esta pequena variação, no entanto, não altera o fato de que aproximadamente podemos afirmar que foram 400 anos. Neste período Deus não chamou nenhum profeta para dizer “assim diz o Senhor“. Em todo este tempo nenhum escritor inspirado apareceu. Por isso este tempo é chamado “Os Anos Silenciosos” ou “O Período Negro“.
Este período, no entanto, provocou muitas mudanças no mundo em geral e entre os Judeus em particular. Ao entendermos, um pouco, do que aconteceu neste período intertestamentário, compreenderemos melhor sobre o povo que existia no Novo Testamento e o porquê de muitas palavras de Jesus no Novo Testamento.
É interessante notar que a atmosfera política, religiosa e social da Palestina mudou significantemente durante esse período e como última curiosidade desta introdução é interessante citar que muito do que aconteceu no período entre o Antigo e o Novo Testamento foi predito pelo profeta Daniel (capítulos 2,7,8 e 11), por exemplo.

O Período Grego:

Alexandre III da Macedônia, dito o Grande ou Magno (cujo nome correto em grego é Αλέξανδρος o Τρίτος o Μακεδών = Aléxandros ho Trítos ho Makedón) foi o sucessor do rei Filipe II da Macedônia que era seu pai (Olímpia do Épiro era sua mãe), nasceu em 20 de julho de 356 a.C. em Pela e assumiu o trono da Macedônia em 336 a.C. com 20 anos de idade, no lugar de seu pai que havia sido assassinado.
Como destaque especial, Alexandre, o Grande, montou o maior império da história antiga criando de forma harmoniosa uma união do Oriente e do Ocidente, sob a cultura helenista.
Devido a sua educação, dada por Aristóteles, Alexandre era extremamente ávido por conhecimento, adorava filosofia e era um leitor insaciável, além do fato de ser uma pessoa muito inteligente, ele dominava muito conhecimento sobre filosofia, história grega, arte da guerra, medicina, retórica, política, ciências físicas e naturais além de geografia. A verdade é que Alexandre, o Grande, era obcecado por conhecimento, muito provavelmente pelo seu perfil megalomaníaco. Devido a isto o grande ideal de Alexandre, o Grande era levar a influência da Grécia a todos os países conhecidos.
Império de Alexandre, o Grande
Levando isto em consideração, quando de sua conquista do Oriente Médio das mãos dos Persas (situação política de Israel na qual acaba o Antigo Testamento) e avanço em direção ao Egito, Alexandre, o Grande passou por Jerusalém, e ao se encontrar com sacerdotes Judeus, se impressionou muito com a religiosidade judaica, bem como se interessou pelas Sagradas Escrituras e por toda filosofia hebraica. Existe até quem afirme que quando Alexandre se aproximava de Jerusalém o sumo sacerdote Jadua teria ido ao seu encontro e lhe mostrado as profecias de Daniel, segundo as quais o exército grego seria vitorioso naquelas batalhas (Daniel 8), fato este que não é totalmente comprovado, mas que faria sentido sabendo-se da grande megalomania e vaidade de Alexandre.
Não há de se pensar em uma conversão. Alexandre, o Grande sempre foi fiel as divindades Gregas e como exemplo máximo disto, podemos citar que quando conquistou Sardes, de posse de seu tesouro, Alexandre construiu um templo a Zeus, no antigo palácio real do rei Creso. É certo que ele tentou, de diversas maneiras, influenciar o povo Judeu para que estes seguissem sua visão religiosa, porém nunca impôs isto, muito provavelmente por ter se impressionado com a filosofia e religiosidade judaica.
Mesmo sendo de outra visão religiosa, é fato que Alexandre tratou singularmente bem aos Judeus. Ele lhes permitiu observarem suas leis, isentou-os de impostos durante os anos sabáticos e, quando construiu Alexandria no Egito (331 AC), estimulou os judeus a se estabelecerem ali e deu-lhes privilégios comparáveis aos seus súditos gregos.
Atribui-se a ele a fundação de setenta cidades, todas moldadas conforme o estilo grego. Também é certo que para conseguir seus ideais de forma mais rápida, tanto ele quanto seus soldados costumavam casarem-se com mulheres de outros países para misturar a cultura helenista (cultura grega) com a destes países.

Zeus

Como ficaram os judeus durante este período?
Mesmo sendo de outra visão religiosa, é fato que Alexandre, o Grande, tratou singularmente bem aos Judeus tanto os que moravam na Judéia quanto os que moravam na Babilônia e Média. Ele lhes permitiu observarem suas leis, isentou-os de impostos durante os anos sabáticos e, quando construiu Alexandria no Egito (331 AC), estimulou os judeus a se estabelecerem ali e deu-lhes privilégios comparáveis aos seus súditos gregos, incluindo ai a possibilidade de eles participarem de seu exército e de praticarem a sua própria religião.
Os judeus que, até então, costumavam ser fieis ao domínio dos persas, agora se tornariam fiéis ao domínio grego e, por conseguinte, as mesmas regalias que já possuíam dos persas foram mantidas pelos gregos. Desta forma pouca coisa alterou na vida dos judeus, continuaram a ser uma província sem rei, sob o domínio de um povo estranho e sem autonomia política.
Devido à falta de autonomia da província, o povo judeu não poderia ter reis, mas também devido à boa relação com o governo de Alexandre, o Grande, e a regalia de poderem continuar a praticar a sua própria religião, os judeus continuaram a ter um cargo político-religioso de grande importância para suas vidas, este cargo era o de Sumo-Sacerdote. Este era o responsável máximo pelos serviços e sacrifícios no Templo de Jerusalém, o mais alto posto religioso do povo de Israel e também a mais alta autoridade política do país.

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