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Gênesis – Parte 1 e Gênesis – Parte 2 e Gênesis – Parte 4
Depois de contar sobre os aspectos religiosos da criação do universo e da Terra, da criação, do pecado e da queda do homem, contado também sobre as primeiras gerações de seres humanos, agora o livro de Gênesis entra numa fase onde conta sobre os Patriarcas do povo Judeu.
Este aspecto é interessante quando notamos que depois de citar rapidamente milhares de anos a Bíblia diminui a velocidade e começa a contar mais detalhes sobre a criação de um povo em específico.
Isto ocorre porque Deus já havia programado a salvação do ser humano e, por isso, já havia determinado que Jesus nascesse no meio do povo Judeu. Desta forma já estava preparando o caminho para a reconciliação da humanidade com Ele através da formação deste povo escolhido.
Também foi através destes Patriarcas que Deus foi revelando-se mais e mais aos homens, apresentando-nos quem Ele é e parte de Seu infinito amor, justiça e poder.
Terceira parte do livro:
O trecho que vai de Gênesis 11:27 até Gênesis 36:8 conta a história dos Patriarcas. O destaque desta parte do livro é o relato dos feitos principais de Abraão Isaque e Jacó, os Patriarcas do que viria a ser no futuro a nação de Israel.
3.1 Didaticamente podemos dividir esta parte do livro de Gênesis em:
1. Do nascimento de Abraão até sua ida para Canaã (11.27-12.5)
2. Da chegada de Abraão em Canaã até o nascimento de Ismael (12.6-16.16)
3. Do nascimento de Ismael até o nascimento de Isaque (17.1-20.18)
4. Do nascimento de Isaque até a morte de Sara (21.1-23.20)
5. Da morte de Sara até a morte de Abraão (24.1-25.18)
6. Do nascimento de Esaú e Jacó até a fuga de Jacó para Harã (25.19-28.9)
7. Da fuga de Jacó para Harã até a volta para Canaã (28.10-32.32)
8. Da volta de Jacó para Canaã até a morte de Isaque (33.1-35.29)
9. Da morte de Isaque até a separação dos irmãos Esaú e Jacó (36.1-8)
3.2 – A História de Abraão:
Abraão foi sem dúvidas o personagem principal desta parte do livro de Gênesis. Ele foi o primeiro escolhido por Deus para se tornar Patriarca do povo escolhido. Sua história toma grande parte deste trecho de Gênesis exatamente por este motivo.
Ele era originário da cidade de Ur que era uma cidade localizada a cerca de 160 Km da grande Babilônia, junto ao rio Eufrates e ele foi designado por Deus para habitar a região que hoje chamamos de Palestina
(região ao sul de onde ele era originário).
3.3 Sodoma e Gomorra
Durante muitos séculos houve um grande questionamento sobre Sodoma e Gomorra.
Duvidava-se que tivesse existido tais cidades e principalmente duvidava-se de que o fim delas tivesse sido tão trágico como os relatos de Gênesis 18:17 a Gênesis 19:29,
Porém, hoje em dia, já foi encontrado junto aos pés do monte Sinai, uma região do tamanho que comportaria duas cidades que é completamente estéril. Nada brota naquele lugar. Toda a terra é coberta por enxofre e nenhum resquício de construção humana é possível de ser encontrado. As pedras que ali aparecem são na verdade tão frágeis que se desfazem ao simples toque humano dando a impressão de serem feitas de fuligem. Se esta é a localização exata de Sodoma e Gomorra ainda não podemos comprovar, mas os indícios apontam para uma terrível destruição daquele lugar através de meteoros ou outras fontes de fogo e calor tão intensas que nada restou naquele lugar.
3.4 Ismael
Os povos árabes se dizem descendentes de Abraão através de Ismael. Ocorre que após ouvir a promessa de Deus de que ele seria o pai de uma grande nação, Abraão duvidou de Deus e tentou “dar um jeitinho” para que as coisas acontecessem, assim, como tanto ele quanto sua mulher já eram idosos e não tinham filhos ele teve um relacionamento sexual extra conjugal com a serva Agar e deste relacionamento nasceu Ismael.
Deus não abençoaria um relacionamento extra conjugal e Ismael não poderia ser o filho da promessa exatamente por isto, entretanto Deus foi misericordioso com a criança (que não tem culpa) e também fez dela uma grande nação (os povos árabes), no entanto, foi exatamente devido a este pecado de Abraão que até hoje temos tantas guerras no Oriente Médio.
Notem que as tragédias que nos abatem normalmente são fruto de escolhas erradas feitas no passado. Abraão não quis esperar o tempo de Deus, tentou fazer as coisas a seu modo e isto gerou um povo que odeia o povo escolhido desde os tempos mais remotos.
De Ismael surgiram os Ismaelitas que se dividiram em Filisteus, Cananeus e tantos outros povos daquela região chegando até os Árabes de hoje em dia. Notem ainda que diferentemente da atitude do povo Judeu que evitava casamentos mistos, os outros povos daquela região sempre casavam dentre si e com isto a mistura de linhagens era constante.
Também dos filhos que Abraão teve com suas outras esposas (que ele teve depois da morte de Sara) e de Esaú (irmão de Jacó que vendeu sua progenitura) surgiram os demais povos que compõe os povos da Arábia de hoje em dia. Todos realmente são primos-irmãos dos judeus e todos tem em suas histórias motivos de ódio contra os judeus e por isto é que as guerras são constantes.
No entanto a história de Abraão é contada na Bíblia até sua morte e em nenhum momento é citado que ele tivesse ido para a região onde hoje fica Meca e ali tivesse construído um Templo. Nada na Bíblia indica tal passagem e nada em arqueologia e antropologia comprovaria tal fato, portanto, as afirmativas de que Abraão é quem criou o Templo de Meca é uma mentira criada pelos muçulmanos para tentar dar uma antiguidade maior do que a verdadeira a sua religião.
3.5 Sacrifício de Isaque:
O pedido de Deus para que Abraão sacrificasse seu filho Isaque tem dois motivos principais. O primeiro seria a comprovação de que Abraão realmente amava a Deus acima de tudo e o segundo seria dar um exemplo profético do que o próprio Deus faria através de Jesus Cristo no calvário.
Se era dolorido para um pai (Abraão) ter que imolar seu próprio filho, imagina Deus ter que morrer na Cruz para nos salvar. Esta é a figura que, já em Gênesis, aponta para o Novo Testamento e a Vida de Jesus, mostrando uma límpida correlação dentre os textos Bíblicos.
Por outro lado o texto demonstra uma tremenda fé de Abraão em Deus. O versículo de Gênesis 22:5 mostra que, ao ser questionado por seus servos, Abraão responde que ele e o seu filho iriam até o monte para ofertar o sacrifício a Deus e que voltariam! Abraão não sabia como Deus iria fazer, não sabia o que Deus havia planejado mas confiava plenamente em Deus e sabia que a promessa d’Ele jamais deixaria de se cumprir, portanto, mesmo sem compreender o que Deus queria e como Deus agiria ele, pela fé, podia afirmar que o seu filho Isaque voltaria do monte com ele. Será que confiamos tanto em Deus quanto Abraão? Será que estaríamos dispostos a ofertar nosso próprio filho único a Deus em sacrifício? Será que estamos dando realmente nosso melhor para Deus?
Também nesta mesma história temos o fato da obediência de Isaque. No trecho de Gênesis 22:7-10 vemos que Isaque perguntou sobre o animal para ser morto e Abraão respondeu que Deus iria prover. Depois Abraão amarrou Isaque e deitou-lhe sobre o altar, levantou o cutelo e iria matar Isaque. Ora, Abraão já era uma pessoa idosa de mais de 100 anos de idade e Isaque era um adolescente. Também é bastante claro que Isaque sabia o que estava acontecendo ali. Mesmo que não soubesse no início, certamente soube quando seu pai o amarrou e deitou-lhe sobre o altar. Se ainda sobrasse alguma dúvida, Isaque ao ver a faca sendo dirigida em sua direção teria a plena consciência de que ele seria o animal ofertado.
Como um jovem em pleno vigor físico ele poderia simplesmente levantar e sair correndo, empurrar seu pai e até matar seu pai por achar que este tinha ficado louco. No entanto, o respeito, a confiança, a submissão e a certeza de que seu pai tinha ouvido de Deus a ordem para assim agir fez com que Isaque não reagisse e deixasse com que seu pai fizesse o que Deus teria ordenado. Será que nós, como filhos de Deus, estamos agindo da mesma forma como Isaque agiu com relação a Abraão? Será que estamos quietos e submissos a vontade de Deus? Será que deixamos Deus agir da forma que lhe convém?
3.6 Uma grande nação:
Todo os judeus e cristãos de hoje em dia tem em Abraão o primeiro Patriarca e em Isaque – seu filho – o segundo Patriarca, somos mais de 1/3 da população mundial. Portanto, a promessa feita a Abraão se cumpriu claramente, assim como toda promessa feita por Deus sempre se cumprirá.
Também é importante notar que a promessa feita a Abraão foi repetida ao seu filho Isaque e ao seu neto Jacó o que comprova que Deus é fiel geração após geração.
Conclusão da parte 3:
Vimos alguns dos patriarcas da fé judaica-cristã neste texto, foram homens que serviram a Deus com muita fé, no entanto, podemos notar em várias passagens que eles também foram pessoas comuns com suas falhas naturais.
Isto é uma das belezas da Bíblia. Deus não esconde de nós que seus servos escolhidos também tiveram passagens negativas em suas vidas, não nos deixa de mostrar que as passagens negativas geram consequências negativas, mas que, com arrependimento e fé tudo irá cooperar para que o bem aconteça na vida daquela pessoa.
Se você se considera pecador, acha que já errou demais… Saiba que Abraão também errou, Isaque também errou, Jacó também errou… e nem por isto eles deixaram de ser considerados por Deus os Patriarcas de Seu povo.
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